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A Bolívia representa menos de 0,1% da produção mundial de café, mas se destaca pela qualidade em vez do volume. Muitas propriedades são familiares ou comunitárias, cultivando variedades tradicionais (como Typica e Caturra) em sistemas agroflorestais, sem mecanização. Isso permite um controle manual muito preciso durante a colheita e o beneficiamento.

A maior parte dos cafezais bolivianos está entre 1.400 e 1.900 m de altitude, principalmente na região dos Yungas. Essas altitudes, combinadas com um clima subtropical úmido, fazem com que a cereja do café amadureça lentamente, permitindo o desenvolvimento de xícaras complexas, doces e com acidez brilhante — muito valorizadas no universo dos cafés especiais.

Nos anos 2000 e 2010, a Bolívia perdeu grande parte da sua produção por problemas estruturais e migração rural. Porém, nos últimos anos, graças a cooperativas, projetos comunitários e ao apoio de exportadores especializados, o país viveu um renascimento do café especial. Hoje, os produtores bolivianos estão ganhando espaço em competições internacionais e se posicionando como uma origem exótica e muito promissora.